Dr. Levi Pontes de Aguiar |
Outro grande problema da saúde, pior que o subfinanciamento é a MÁ GESTÃO, onde os princípios éticos e fundamentais da fundamentais da administração pública são esquecidos, como a legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
É incrível, como é exatamente o que não existe nessa administração, com total descaso as leis e as políticas públicas, pois faltam licitações claras, falta concurso público para preenchimento de vagas, e não simplesmente esses contratos fajutos pré-eleitoreiros em troca de votos.
Há autoritarismo nas decisões sem discussão com os funcionários da saúde, parte fundamental na qualidade da gestão.
Vejo como saída e melhor estratégia é o PSF, (Programa Preventivo de Saúde) reconhecido internacionalmente e copiado pelos países mais desenvolvidos do mundo. O serviço de atenção primária, que atende as pessoas em sua própria comunidade, resolvendo mais de 60% os problemas da comunidade e assim evitando o modelo antigo e retrógrado que era o hospitalmocêntrico. Mas aqui em nossa Chapadinha os PSF não funcionam, só existem no papel para fins de recursos junto ao Ministério, com isso causando superlotação aos hospitais de urgência e emergência, transformando-os em verdadeiros ambulatórios, função essa que deveria ser exercida pelo Centro de Saúde Benú Mendes, que funciona hoje totalmente errado e precariamente, levando os hospitais a um verdadeiro caos.
É notório que falta treinamento, reciclagem e incentivos aos funcionários para que eles saibam lidar melhor com os doentes e seus familiares. Há ACS desmotivados, hospitais sucateados e com desabastecimento de rotina.
Infelizmente esta é a triste realidade de nossa Chapadinha.
As clínicas especializadas pactuadas pelo Governo, como cardiologia, ortopedia, oftalmologia e outros só funcionam em alguns finais de semana, como se doença escolhesse hora.
Minha conclusão é que o pior problema de Chapadinha além da má gestão e do desvio dos poucos recursos existentes é o silêncio da própria comunidade.
Será que perdemos a capacidade de nos indignarmos, de lutar por nossos próprios interesses que é a Saúde, Educação, Infraestrutura ( luz, água, limpeza urbana e vias públicas)?
Até quando a nossa sofrida comunidade vai suportar tudo isso e despertar para o resgate de sua cidadania, perdendo o medo de se expor, fazendo uma revolução para a melhoria das políticas públicas de Chapadinha?
Só depende de nós.
*Entrevista cedida ao Jornal a Tribuna setembro 2011
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