Não há mais limites para o sofrimento enfrentado por pacientes que buscam ajuda médicas nos hospitais de Chapadinha.
Cenas de desespero me deixaram sem possibilidades de descrever o descaso e o aviltamento sofrido em função das irresponsabilidades na área da saúde - reprises constantes da morte anunciada e da incopetência administrativa.
As falsas estatísticas do "progresso" e relatos de alguns, que estão por vir, não irão revelar a realidade da situação da saúde no Brasil.
Chapadinha não é um fato isolado, os hospitais são sucatas e os que buscam ajuda sofrem e as vezes morrem pelos ambulatórios imundos dos hospitais públicos.
Nesta última quarta-feira dia 20/06/2012 recebi uma ligação por volta das 21 horas onde me relentavam o sofrimento de um rapaz que estaria no HAPA desde o dia 19/06 com uma lesão no pé, gritando de dor e sem medicamentos, só com o soro, explicaram-me ainda que o caso dele necessitava de cirurgia e que era preciso transferi-lo para São Luís.
Imagem meramente ilustrativa |
Encontravam-se o pai e a mãe do rapaz ao lado de seu leito em prantos vendo o filho de 21 anos contorcendo-se, gemendo e gritando de tanta dor.
Liguei para o Dr. José Almeida, relatei a situação do rapaz do leito 19 e pedi que ele se dirige-se ao hospital. Ele prontamente atendeu ao meu pedido e eu agradeço por isso.
Chegando lá o Dr. José Almeida mostrou-me as radiografias explicando o caso do rapaz, disse que a única ambulância que funciona estava para São Luís e que quando ela retornasse ele cuidaria da remoção do rapaz. Recomendou que os enfermeiros tivessem cuidado com o paciente e que não o deixassem mais sentir dor.
A diretora adjunta Josy disse que mesmo que a ambulância chegasse durante a noite seria recomendável removê-lo somente pela manhã, pois se o levassem a noite ele ficaria no corredor do Socorrão enquanto que no HAPA ele estaria melhor assistido.
E assim fizeram. A mãe do rapaz me ligou no dia seguinte agradecendo, disse que a partir do momento que eu estive lá, o rapaz foi muito bem tratado.
Não estou querendo com esse relato ser importante ou merecedora de agradecimentos e muito menos ser intitulada de "Defensora dos fracos e oprimidos" como já fizeram alguns.
Concordo com o vereador França Nilo quando ele diz que não sou ninguém. Não sou mesmo, mas em toda minha insignificância só tenho um desejo:
"RESPEITEM A POPULAÇÃO CHAPADINHENSE."
Com isso ficou mais que provado que quando eles querem pelo menos um atendimento mais humano e com mais dignidade é possível, basta querer.
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