sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O Discurso Político x A Fofoca

Vereador Ermeson Aguiar
Confesso, cabalmente, minha perplexidade: sempre pensei que, a despeito de todos os problemas atinentes à formulação e execução de políticas públicas, houvesse assuntos mais importantes que a vida pessoal deste ou daquele candidato.


A imaturidade, falta de ética e de caráter de um determinado vereador ao expor sua vida íntima e de sua ex-mulher, não só não acrescenta nada ao debate político, como nos revela algo que eu já temia: a total falta de preparo político daqueles que hoje nos representam.

Prova disso foram os discursos que ocorreram na Câmara Municipal ano passado: Vereadores classificando a quem estava na galeria de palhaços, vereadores se degladiando e atacando a vida pessoal um do outro e quem saía de casa pra ver e ouvir propostas de melhorias para nossa cidade, saia se perguntando: E KIKO?

A corrida política começa a ficar acirrada e ao invés dos pré-candidatos formularem propostas e projetos para serem apresentados ao povo em palanques, o que vemos é a baixaria e troca de ofensas entre os candidatos.

                                           • O Discurso Político.

Hoje em dia, e diria mais do que nunca, discute-se pouco na política. Ou melhor, discute-se muito, mas não o que realmente importa. A forma suplanta o conteúdo e mesmo quando de facto a discussão abrange o conteúdo não o faz no seu ponto essencial.

Diz-se muito que se é contra uma coisa, mas não se apresenta uma alternativa. Se a qualquer cidadão não político é admissível que diga que discorda e se fique por aí, a um político já não. Quer-se capitalizar apoio traduzido em votos à alternativa é extremamente necessária.

Quantas vezes vimos já situações como aquelas a que se referem na política brasileira?

Vêem-se em debates parlamentares discussões acerca de quem fez melhor ou pior em anteriores legislaturas. Vêem-se críticas a eventuais alterações de comportamento dos políticos perante os media. Vêem-se trocas de galhardetes que muitas vezes ultrapassam o domínio do aceitável e da boa educação. Vê-se muita coisa menos um debate claro e com ideias que se contraponham.

Deste modo, que interesse tem assistir ao canal TV SENADO (o canal do Parlamento) quando se pode ver o mesmo nível de entretenimento numa qualquer novela da GLOBAL?

Como cidadã e eleitora tenho legitimidade para exigir um desempenho superior de quem me representa e não o faz em condições. Apenas se pede um trabalho sério.

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